71 99182-6011
·
contato@alexandrebastosadvocacia.com.br
·
Segunda - Sexta 09:00-17:00
Consulte-nos

Dano moral e pressão psicológica no trabalho: Saiba o que fazer para garantir os seus direitos

dano moral pressão psicológica no trabalho

Meu objetivo com este artigo é que você entenda seus direitos em relação ao dano moral e à pressão psicológica no trabalho.

Afinal, ninguém merece sair de casa e colocar a própria saúde mental em risco na empresa, certo?

Então, vamos falar sobre assédio moral, doenças ocupacionais e o que a lei diz sobre indenizações trabalhistas nesses casos.

Se preferir, você pode ir direto ao tópico do seu interesse no índice abaixo:

Sofro com pressão psicológica no trabalho, tenho direito a dano moral?

Você já ouviu algo assim no seu trabalho?

  • “Se não bater a meta desse mês, é rua!”
  • “Não vai fazer o que falei não? Quer levar uma advertência?”
  • “Sabe que tem muita gente querendo a sua vaga, né?”
  • “Se continuar assim, vou te dar uma suspensão!”

Eu trabalho na área trabalhista há mais de 10 anos e, acredite, isso é só o começo do que já ouvi em relatos de funcionários que enfrentam esse tipo de pressão no trabalho.

Muitas empresas ainda acreditam que essa abordagem vai aumentar a produtividade, mas o efeito é totalmente o oposto.

Essa forma de tratar o funcionário não só desmotiva como gera prejuízos enormes para a saúde mental dele.

Além disso, tem empresas que utilizam esse tipo de pressão psicológica para forçar o empregado a pedir demissão.

Independentemente do caso, qualquer comportamento repetitivo que tenha como objetivo constranger, humilhar ou ferir a dignidade do trabalhador é considerado assédio moral.

Portanto, empresas que aplicam pressão psicológica no ambiente de trabalho podem ser condenadas a pagar indenização por danos morais ao funcionário.

Como provar a pressão psicológica no trabalho?

Quando falamos em ações trabalhistas por pressão psicológica, a melhor maneira de provar esse comportamento é por meio de testemunhas.

São seus ex-colegas de trabalho que vão contar para o juiz como era a conduta do seu supervisor, coordenador, gerente ou qualquer outra pessoa que tenha praticado o assédio moral.

Eles poderão relatar como, quando e onde os assédios ocorreram.

Além das testemunhas, uma forma de reforçar sua prova é através de gravações em vídeo ou áudio.

Como é difícil saber quando a próxima atitude abusiva vai acontecer, o ideal é se precaver e gravar com o celular sempre que estiver na presença do agressor.

Por exemplo, as ameaças de demissão acontecem nas reuniões de alinhamento de metas? Deixe o celular gravando.

As humilhações ocorrem quando vocês estão sozinhos? Coloque o celular para gravar.

Qualquer prova adicional, além das testemunhas, vai ajudar a comprovar suas alegações no processo trabalhista.

Desenvolvi depressão e ansiedade por pressão psicológica, quais são meus direitos?

Um dos maiores riscos de conviver com pressão psicológica no trabalho por tanto tempo é o desenvolvimento de doenças ocupacionais.

É bastante comum que o empregado sofra com depressão, ansiedade, ataques de pânico, burnout ou outras questões psicológicas devido a um ambiente de trabalho tóxico.

A boa notícia é que a lei garante o direito à indenização para quem comete atos ilícitos. Constranger um empregado a ponto dele adoecer é uma violação grave dos direitos trabalhistas.

Além disso, quem desenvolve uma doença ocupacional tem direito a:

  • Danos morais;
  • Danos materiais;
  • Estabilidade de 12 meses no emprego;
  • Danos estéticos;
  • Pensão vitalícia, caso a lesão seja permanente.

Por isso, não deixe de procurar um advogado trabalhista para ser orientado adequadamente nesses casos.

Não é justo perder sua saúde por conta de um ambiente de trabalho que desrespeita suas responsabilidades sociais e trabalhistas.

E, como mencionei no tópico anterior, siga as dicas para conseguir provas do assédio moral e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Não aguento mais a pressão, posso sair com todos meus direitos trabalhistas?

Quando o empregado não aguenta mais lidar com humilhações e constrangimentos, a tendência é pedir demissão.

No entanto, ao fazer isso, ele perde direitos importantes, como a multa de 40% do FGTS e o seguro-desemprego.

Mas o que muitos colaboradores não sabem é que, quando a empresa comete assédio moral, o trabalhador pode pedir a rescisão indireta do contrato de trabalho e sair com todos os seus direitos trabalhistas intactos.

A CLT, no artigo 483, estabelece uma série de situações em que o empregado pode pedir a rescisão indireta.

Nesses casos, o empregado tem direito a receber as mesmas verbas de uma demissão sem justa causa, como:

  • Aviso prévio;
  • Saldo de salário;
  • 13º salário;
  • Férias vencidas;
  • Férias proporcionais com 1/3;
  • Saque do FGTS;
  • Multa de 40% sobre o FGTS;
  • Seguro-desemprego (se estiver habilitado);
  • Demais direitos da categoria.

Se você quer entender mais sobre o assunto, pode conferir meu artigo abaixo:

Rescisão indireta do contrato de trabalho: conheça seus direitos de forma descomplicada.

Qual o valor da indenização por danos morais por pressão psicológica no trabalho?

Quando se trata de danos morais, não há um valor fixo. O juiz vai considerar várias condições antes de determinar o valor da indenização, como:

  • A intensidade do sofrimento ou constrangimento que o empregado vivenciou;
  • A possibilidade de reversão do dano;
  • O tempo de exposição ao problema;
  • A tentativa de resolver a situação;
  • A situação financeira das partes envolvidas;
  • A extensão da lesão e os danos gerados.

Por exemplo, um empregado que passou 6 meses sendo ameaçado de demissão provavelmente receberá uma indenização maior do que outro que enfrentou o mesmo tipo de pressão por apenas 3 meses.

Por isso, é fundamental que a testemunha descreva detalhadamente o assédio, para que o juiz possa entender completamente o impacto do problema.

Em termos de valores, as indenizações por danos morais em casos de assédio moral na justiça do trabalho geralmente variam entre 5 mil e 20 mil reais.

Contudo, esse valor pode ser muito superior em casos mais graves, como racismo, doença ocupacional ou outras situações que envolvem lesões mais sérias.

Conclusão

Neste artigo, você aprendeu o que fazer se estiver sofrendo pressão psicológica no trabalho, quais são seus direitos e como provar essa situação.

Além disso, você viu que, caso desenvolva uma doença ocupacional devido a esse tipo de pressão, há muitos outros direitos que você pode reivindicar.

E se estiver pensando em pedir demissão, lembre-se de considerar a rescisão indireta do contrato de trabalho como uma alternativa.

O mais importante é não deixar de buscar seus direitos. Se você se sente inseguro ou com dúvidas, procure um advogado trabalhista para te orientar.

Até a próxima!

Advogado trabalhista em salvador

Imagem de freepik

Leave a Reply

Iniciar conversa
1
Converse com um advogado agora
Olá!
Converse com um advogado agora no WhatsApp.
É só nos chamar clicando no botão abaixo!