71 99182-6011
·
contato@alexandrebastosadvocacia.com.br
·
Segunda - Sexta 09:00-17:00
Consulte-nos

Dano moral por acidente de trabalho: Entenda o seu direito

Dano moral por acidente de trabalho

Todos os dias eu explico para as pessoas sobre seu direito ao dano moral por acidente de trabalho ou doença ocupacional.

A maioria das pessoas que me procura carrega o mesmo sentimento: angústia, medo e preocupação com o futuro por causa de um acidente de trabalho ou de uma doença adquirida no ambiente de trabalho. E isso é muito compreensível.

Pensando nisso, resolvi facilitar as coisas e escrevi este artigo para você entender tudo o que precisa: quando você tem direito, quanto pode receber e como funciona uma ação por acidente de trabalho.

Minha ideia é que você saia daqui sabendo exatamente o que fazer e quais são os seus direitos.

Se preferir, você pode ir direto para o assunto que mais interessa clicando no índice abaixo.

Tenho direito ao dano moral por acidente de trabalho ou doença ocupacional?

Converso com pessoas diariamente que passaram por algum acidente de trabalho ou desenvolveram uma doença ocupacional, e as perguntas são sempre parecidas:

  • A empresa pode me demitir se eu tiver sequelas?
  • Posso esconder minha lesão para não ser dispensado?
  • Fui demitido e agora ninguém vai querer me contratar assim. O que fazer?

Essas perguntas refletem medo, angústia e incerteza em relação ao futuro.

E não é para menos: situações como essas tiram a paz de qualquer pessoa.

Afinal, quem consegue viver bem com a constante preocupação de como vai se sustentar e cuidar da família?

Esse tipo de estresse pode levar a problemas ainda mais sérios, como ansiedade e depressão.

Por isso, a indenização por danos morais é um direito importante para o trabalhador.

Ela busca reparar a violação à honra, à intimidade e à dignidade de quem sofreu com as consequências de um acidente de trabalho ou de uma doença ocupacional.

Por que a empresa deve pagar danos morais nesses casos?

Já vimos o impacto psicológico que um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional causa na vida do trabalhador.

Mas vamos além: a maioria desses problemas ocorre justamente por falhas da própria empresa.

E isso acontece quando:

  • A empresa não oferece equipamentos de segurança aos empregados;
  • Deixa de fazer a manutenção do maquinário;
  • Permite o trabalho em locais inadequados;
  • Ignora as normas de segurança;
  • Não oferece treinamentos adequados para uso de equipamentos, máquinas ou postura.

Diante disso, por que o empregado deve carregar sozinho as consequências de uma lesão causada pela empresa?

Inclusive, a própria Justiça do Trabalho reconhece que o trabalhador tem o direito a receber uma indenização por danos morais nesses casos.

Então, o principal em um processo trabalhista é comprovar que a empresa foi negligente e teve culpa no acidente ou no desenvolvimento da doença.

Como receber minha indenização por danos morais?

No mundo ideal, a empresa deveria indenizar o empregado imediatamente após um acidente, lesão ou desenvolvimento de uma sequela.

Esse valor serviria para compensar todos os danos causados.

Infelizmente, a realidade é bem diferente: na maioria dos casos, o trabalhador precisa recorrer à Justiça para fazer valer seus direitos.

É aí que entra a importância de uma ação trabalhista.

Esse processo é fundamental para exigir o reconhecimento da culpa da empresa e buscar uma indenização justa para compensar os danos morais sofridos.

Como funciona uma ação trabalhista nos casos de dano moral por acidente de trabalho?

Como vimos, a Justiça do Trabalho reconhece o direito ao dano moral em casos de acidente de trabalho quando a culpa é da empresa.

Mas para que isso se concretize, o empregado precisa comprovar a responsabilidade da empresa pelo acidente ou pela doença.

Para fortalecer o caso, é importante que o trabalhador reúna fotos, vídeos ou gravações que mostrem falhas de segurança no ambiente de trabalho, como:

  • Máquinas sem manutenção, enferrujadas, desniveladas ou com avarias;
  • Equipamentos de proteção inadequados, insuficientes ou avariados;
  • Pisos molhados ou com manchas de óleo, aumentando o risco de quedas;
  • Postura inadequada, excesso de carga ou movimentos repetitivos sem orientação.

Se o trabalhador não tiver essas provas, testemunhas que presenciaram o dia a dia do trabalho são essenciais para ajudar a demonstrar a situação ao juiz.

Quando o caso envolve um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional, o juiz marca uma perícia médica.

Nessa etapa, um perito avalia se existe um vínculo entre a lesão e as atividades realizadas na empresa. Depois, o perito entrega ao juiz um laudo que conclui se a lesão tem relação com o trabalho ou não.

Após analisar o laudo, ouvir as partes e avaliar as provas, o juiz dá sua sentença, definindo se há direito à indenização e, em caso positivo, o valor devido.

A partir daí, os advogados avaliam se é necessário recorrer ou seguir para a fase final, em que ocorre a penhora ou o pagamento dos valores devidos.

Eu tenho outros direitos além do dano moral por acidente de trabalho?

Sim! Além da indenização por danos morais, o trabalhador pode ter outros direitos, dependendo da gravidade da lesão, do tipo de acidente e das consequências.

Por exemplo, se a lesão resultou em alguma sequela permanente que comprometa seu desempenho no trabalho, o trabalhador pode ter direito a uma pensão vitalícia.

Esse direito é comum em casos de hérnia de disco, amputação total ou parcial de membros, entre outros.

Outro direito é a estabilidade no emprego por 12 meses, que vale quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias e recebe o auxílio-doença acidentário.

Mas, se você só descobriu a lesão depois de sair da empresa, não se preocupe: nesse caso, a estabilidade pode ser convertida em indenização.

A empresa também pode ser obrigada a pagar danos materiais caso o trabalhador comprove despesas com medicamentos, tratamentos, plano de saúde e outros gastos relacionados à lesão.

Afinal, se a empresa foi a responsável pelo acidente, não é justo que o empregado arque com esses custos.

Portanto, guarde todas as notas fiscais e recibos dos tratamentos e despesas que realizar.

Além disso, o trabalhador pode receber danos estéticos e outros tipos de indenizações.

Para saber exatamente o que pode receber, o ideal é conversar com um advogado trabalhista.

Quanto vou receber de danos morais por acidente de trabalho?

Essa é uma das dúvidas mais comuns, e a resposta é simples: depende.

O valor da indenização varia conforme os critérios definidos no art. 223-G da CLT, considerando fatores como:

  • O nível de sofrimento ou humilhação sofrido;
  • Se há possibilidade de recuperação;
  • A duração do dano;
  • Se houve esforço para reparar o problema;
  • A situação econômica das partes;
  • O grau da lesão e os prejuízos causados.

Vamos a alguns exemplos: imagine dois trabalhadores que escorregam por causa de uma mancha de óleo no chão. Um fratura o dedo e o outro o joelho. Apesar de ambos terem sofrido acidentes semelhantes, o valor da indenização será diferente devido à gravidade das lesões.

Ou, se ambos sofrem uma fratura na mão, mas um deles ocupa um cargo de gestão e o outro atua diretamente na produção, o impacto da lesão será sentido de forma diferente, e isso influenciará no valor da indenização.

Por isso, não existe um valor exato para danos morais em acidentes de trabalho. A quantia é calculada caso a caso e leva em conta uma série de fatores.

Em média, porém, as indenizações por dano moral em acidentes de trabalho geralmente ficam entre R$ 10.000,00 e R$ 100.000,00.

Conclusão

Neste artigo, você descobriu tudo sobre o direito à indenização por danos morais em casos de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.

Mas lembre-se: de nada adianta saber os seus direitos se, ao passar por uma situação como essa, você não os buscar.

É fundamental que, mesmo se houver uma tentativa de acordo amigável com a empresa, você tome as atitudes necessárias para garantir a reparação que merece.

Viver com a dor e o medo de um futuro incerto por algo que você não causou é uma injustiça enorme.

Então, depois de ler este artigo, converse com um advogado trabalhista e entenda de perto seus direitos para dar o próximo passo com segurança.

Até a próxima!

Advogado trabalhista em salvador

Imagem de freepik

Leave a Reply

Iniciar conversa
1
Converse com um advogado agora
Olá!
Converse com um advogado agora no WhatsApp.
É só nos chamar clicando no botão abaixo!